Os dicionários, em geral, definem “memória” como a capacidade humana de reter fatos, dados, ideias, sensações, impressões. A palavra origina-se do Grego "mnemis" ou do Latim, "memoria" e, em ambos os casos, refere-se à conservação de uma lembrança. Para os gregos a memória tinha um valor divino, pois referia-se à deusa “Mnemosyne” que personificava a memória e era, também, mãe das nove Musas que protegiam as artes e a história.


Segundo a escritora e filósofa Marilena Chaui a "memória é uma evocação do passado”, é o meio através do qual o homem consegue “guardar o tempo que se foi” e que não retornará mais. Por sua vez, John Ruskin, um escritor e crítico de arte inglês do século XIX, associou a arquitetura à formação da memória dizendo que “podemos viver sem ela, mas não podemos sem ela recordar”, pois é um grande agente para resgatar o passado.


É preciso entender que tanto o patrimônio arquitetônico como a memória são realidades do presente. O patrimônio veio do passado, mas permanece hoje evocando as memórias individuais que formam a memória coletiva de uma sociedade. Os edifícios e cidades antigas são, portanto, marcas que permitem fazer uma ponte entre o momento atual e um passado inacessível.